segunda-feira, 25 de junho de 2007

0.2 - Minha vida sem Cristo...

Antes de conhecer a Jesus eu não era de todo uma pessoa ruim, mas tinha meus problemas internos. Freqüentava a igreja, participava do grupo de jovens da igreja aos sábados e aos domingos ia à missa. E se me perguntassem: “vc acredita em Deus?”, eu de cara lavada mentia e respondia: “Sim acredito!”. Mas era mentira, não acreditava mais Nele, diante de tantos problemas familiares ficou difícil pra eu acreditar que Deus Pai existia e até que Jesus se fez homem e veio a terra. Acabei por desenvolver uma visão cética e materialista da vida. Contudo gostava de ajudar as pessoas, não me agradava ver o sofrimento alheio. Tinha muita facilidade de me envolver com as pessoas, de conversar com elas e de ouvir suas histórias.

Em casa por conta disso havia uma discussão interminável, meu pai dizia que eu só me envolvia com pessoas de baixo nível, pq elas não tinham o mesmo nível social que eu. Como ele era um empresário muito bem sucedido, ele queria que meus amigos fossem filhos de pais tão ricos quanto ele, isso gerou muita briga durante muito tempo dentro de casa, cheguei a tomar surras pq não queria discriminar pessoas e queria continuar com as mesmas amiguinhas do colégio de freiras onde eu estudava, mas ele não aceitava de forma alguma.

O tempo passou a adolescência chegou, e com ela ganhamos madrasta, padrasto e novas irmãs, a vida mudou.

Minha madrasta, no inicio era um verdadeiro “anjo”, adorávamos ela, quando engravidou da primeira filha seu caráter mudou totalmente, e pôs suas garras de fora, na frente de meu pai ela nos tratava de um modo e por trás dele de outro modo.

Mesmo vivendo com excelente padrão de vida que tínhamos, passamos por muitas privações pq minha madrasta escondia comida, material de higiene pessoal básico entre outras coisas que escondia, mas até ai conseguíamos superar o problema. Até que então, ela começou a mentir para meu pai, dizendo que a tratávamos mal na sua ausência, que tentávamos derrubá-la da escada e coisas do tipo. Meus irmãos, ainda crianças, tinham muito medo da surra que podiam pegar se a desmentissem, e eu a enfrentava e dizia “é mentira, vc está mentindo, nunca fizemos isso com vc”, mas daí eu pagava um preço alto por falar a verdade, apanhava até cair no chão, e apanhava na frente dela que ficava rindo por trás de meu pai enquanto ele me batia.

Muitas vezes fui para o colégio, muito marcada pelas surras que peguei, e dizia que havia caído da escada, que havia caído de bicicleta, caído de patins, que havia feito muitas travessuras, inventava qualquer coisa para não dizer que meu pai era um “monstro”.

Certa vez, fui estudar na casa de uma colega pq tínhamos prova no dia seguinte, mas na hora da mãe dela me deixar em casa faltou energia elétrica no edifício em que ela morava, então aguardamos a energia retornar e ela foi me deixar. Quando chegamos meu pai estava furioso, pq eu disse que chegaria antes, mas ele nem quis ouvir o motivo de meu atraso, e nem ouvir a mãe de minha amiga que estava ao meu lado. Na ocasião, estava tendo uma festa de aniversário na casa onde elas foram me deixar para encontrar com meu pai , ele não quis nem saber e partiu pra cima de mim na frente de todos os presentes, me carregou pelos braços e me jogou contra uma cristaleira, me machuquei muito, mas ele nem viu e continuou me batendo e chutando na frente de todas aquelas pessoas e ninguém fez nada. Minha madrasta ria enquanto isso ocorria e meus irmãos correram de medo. Minha amiga e sua mãe saíram de lá horrorizadas e nunca mais voltaram, a amizade acabou, ela mal falava comigo no colégio e logo no final do ano sua mãe a trocou de escola.

Nem preciso falar que não consegui fazer a prova do dia seguinte não é? A psicóloga do colégio me chamou para me perguntar pq entreguei minha prova em branco e tb pq eu estava mais uma vez muito machucada. Então resolvi naquele dia, falar a verdade, e daí ela telefonou para meu pai, levou o caso até a diretora do colégio, o colégio chamou o advogado da instituição e eu telefonei para minha mãe. Foi outra confusão sem fim, eles brigaram e se ofenderam na frente da diretora do colégio e com a sala aberta mesmo. Muitas pessoas e colegas nossos ficaram sabendo do ocorrido, pq passaram na porta da sala da diretora e viram, mas os gritos deles era escutado em quase todas as salas de aula. Mas ficou assim, depois daquele dia eu não mais iria morar com meu pai, pq era violento demais comigo e fui morar com minha mãe.

Morando com minha mãe, passamos por muitas privações. Meu pai não pagava pensão alimentícia e nem minha mãe trabalhava, então chegamos quase a passar fome, isso só não ocorreu pq meu avô observou que algo estava acontecendo e me perguntou como estavam as coisas em casa, então falei a verdade, desde então ele fazia compras de supermercado pra mim e minha mãe. Mas daí meus irmãos não demoraram a vir morar conosco e as despesas aumentaram, e tb ganhamos um padrasto que reclamava muito de nós, ora ele nos amava, ora nos odiava. Então começamos outra luta com meu pai agora na justiça, para ele não nos deixar sem escola e alimentação.

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